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Deriva

17/7/2008

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«Acompanho-a vinte e quatro horas por dia. Seja na forma de pessoas ou objectos. Ela tem uma vida interessante, mas não há interesse que aguente vinte e quatro horas de vigilância.» MEC, A Vida Inteira, p.11


Semi nú garatujo linhas pretas arrojadas para longe por um coração afogado em mágoa.
A mágoa magoa. Magoa mais que qualquer dor.
A mágoa é a alma do desespero.
Como transeunte esteta da vida, onde as estações passam ao ritmo dos orgasmos, vejo-me noutro dos meus desertos, olhando para toda a areia à minha volta.
Esmagado pela imensidão que me espera.
A busca pela vulva logo esmorece quando a encontro num qualquer oásis.
O oásis é só uma lágrima na cara seca do deserto.
No deserto ninguém quer permanecer.O oásis é ainda deserto.
O oásis é só ainda um ponto onde se passa para se prolongar isto do se estar vivo...
Permaneço ainda no deserto, de vulva em vulva. Que isto...já não é a mulher que me leva.
Oásis há, que pelo seu tamanho, pensamos que finalmente fugimos do mar de areia. Mas não.
Tantas almas e sem uma que chame minha.

A parte ética da vida também não me atrai.
Casar, constituir família...
A mágoa está tão dentro de mim, que desconfio que é terminal.
É Metafísica.
Hipermercado lista de compras, bicicletas tejadilhantes nos carros, grossas alianças estacionadas nos dedos...toda a liturgia não apresenta interesse para mim.
Estou cada vez mais só.
A palavra 'amor' sai cada vez mais impune pela minha boca, e nunca dela estive tão longe.

Foi-nos dada uma alma, e não fazemos a puta da mínima ideia do que fazer com ela.
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