Costumava sentir na pele, como pressentimento de xamã, quando a morte do Verão se transformava no nascimento de um novo Outono, com o cheiro da terra molhada e os dias mais curtos e escuros.
Sentia no ar que a estação mudara. Ansiava pelos agasalhos guardados nos suados dias de calor. Sonhava com corpos extenuados de mulheres nuas por debaixo dos edredons dos seus quartos resguardados. Agora a mudança passa por mim senão como mero cumprimento de calendário. Que faz do autor alguém tão agastado, gasto pela 'vida'? Os sucessivos pensos que mal suportam as margens de carne que se afastam assim que se mexe nas feridas abertas, ou a sucessão das repetições que já não trazem nenhuma novidade? Na linha interminável, aparentemente, da sucessão dos instantes, que tenho eu a ver com aquela pessoa que há vinte e oito anos era eu? Essa merda a que chamam 'amadurecimento' é uma lição de humildade ou uma forma doce de dizer que gradualmente o sujeito enquanto alguém viçoso e pleno de alegria se vê assassinado ao grau de apenas sobrevivente? Que homem era aquele com acne na carne, que sonhava com beijos de línguas entrelaçadas e amor eterno, cópulas em camas de solteiro semeadas de ursinhos de peluche cor de rosa? Que combinava com a Fernanda encontros debaixo das arcadas com o fato de treino preto de viscose descosida no bolso como estratagema para os primeiros contactos entre mão e falo imortal que se recusava a dormir todas as noites sem que a memória, de olhos fechados, lhe contasse uma história de mulheres nuas e desejantes de si, com términus em papel higiénico de dupla folha dobrado a preceito? Mas não chegava apenas, a vulva disponível. Um alto sentimento de si exigia amor. Exigia uma sintonia de corações, era preciso ser desejado simetricamente. Era necessário sonhar com o rosto e com o afago, com o carinho e o aconchego. Carne por carne soava a degradação, e o miúdo só queria entregar-se ao trapézio sem rede da paixão. Os jovens corpos pedem eternidade. Lembras-te daquela Ana que combinou ir contigo ao cinema, e não apareceu? E que no dia seguinte, com as amigas te gozaram a bom gozar em plena C+S sem que soubesses porquê? E que na semana seguinte se via pelos cantos visíveis dos rectangulares pavilhões exercitando a boca esborrachada na boca de outro? E aquele que foi usado por uma para fazer ciúme a outro? Espezinhado nos seus sentimentos, como coisa ou bocado de madeira seca para a fogueira que na noite solitária chora encostado à cama por uma dor que amachuca o coração feito folha plana de papel A4 transformado em lixo que em forma de bola se lança ao caixote? E aquela outra, a Paula, que jura sob Oríon, amor eterno por ti, pondo-te a sonhar com olhos verdes e lírica de Camões, nas serras de noite calcorreadas e dois meses depois deixa de te falar, e às tuas perguntas de espanto só te faz sentir culpado sem te dizer a acusação : «-Não entendes, pois não?». Não, não entendi, que foi que fiz mal? Que botões carreguei mal, ou que falha tão grave tenho eu para me teres rejeitado? Tens bondade para fazeres doações de caridade para os famintos em África e nunca me conseguiste explicar o que foi que fiz de mal para me teres deixado assim. Só por ter gostado de ti? Só para eu perceber, nada mais. Mas eu ia-me vingar, ias ver. Tinha jurado para mim conquistá-la de novo, teria a fêmea e a festa para o ego de ser sedutor, finalmente. Não ficar em suspenso do oscilante amor dos outros, em suma, seduzir para a liberdade. 10 anos escrevinhados a linhas pretas e queimados numa tarde de fastio. 10 anos de testamentos que na minha ideia eram mais que masturbações literárias, mas assomos das letras mundiais que iriam acordar-te do encantamento do não amor por mim, finalmente percebendo que eu sempre tinha estado ali para algo mais que alimentar o teu ego. Viveste com outros as fantasias que eu havia combinado contigo, fazendo de mim pedaço de merda completamente ignoto às fantasias que contavas, viajando pelas terras altas da Escócia, que havias combinado comigo e esquecido de forma ainda mais cruel que o amor que sentiras. Tudo feito de forma tão clara, fulminante, aberta e sincera que nenhum ódio senão dor poderia despertar. Só está em pecado que se sente em pecado, e tu estavas para lá do paraíso. Curioso como as filhas de Vénus são tão ligeiras voando como libélulas por entre os salpicos de promessas que a vidas lhes lança, na exacta medida em que ignoram ou escolhem relativizar os homens escravos dos amores por elas provocados, que neles perdem o tino, a liberdade e a alegria nas mesmas promessas. E a Vera que queria que a pedisse em casamento? Até eu fácil pinga amor achei estranha a ideia, e de desconfiar. Tinhas feito um aborto de outro gajo havia pouco tempo. Usaste isso para me abrir as muralhas. Era supostamente só para fornicar, mas tu e eu sabemos que pouco tempo dura a cópula sem que eu me apaixone. Ligas-me a chorar da dor que estavas a passar. Senti-me como Maomé perante a montanha e cedi, havia que permitir a empatia por alguém que chorava de dor ali exigindo o ombro amigo e a compaixão de Rousseau. Fiquei convencido da sua sinceridade. Quem chora assim para desconhecidos não pode estar com os mesmos jogos que vamos aprendendo a deslindar em manhas, estratégias tácticas e fingimentos coquetes. Casamento simbólico e nem três meses depois não atendia as chamadas. Ligava-me por vezes, fodendo com outro e deixando o telefone fora do descanso para eu ouvir os gemidos de ambos. Perguntava-me, caminhando pelas ruas de noite à chuva, para que as minhas lágrimas não se sentissem sós, que podia eu ter feito para merecer tal tratamento recorrente, e cada vez mais cruel por parte de alguém. O que é que eu não estava a ver? Porque é que são incapazes de uma conversa frontal e honesta explicando o porquê dos abandonos? Desprezando por completo as consequências dos seus silêncios? Não sabe a mulher que o abandono não explicado imita o fogo ardente do Inferno, onde ardemos pela infinidade das justificações possíveis, invariavelmente presos e a sós na única explicação plausível, o Eu, ela largou-me por causa de mim, mas do quê em mim, procurado noites a fio em que não se dorme, em semanas a fio em que não apetece comer, em meses a fio em que só apetece chorar, em anos afio que se perdem para os bonitos ocasos e as lindas auroras, só porque a coroa de espinhos turva de sangue toda e qualquer paisagem. E aquela que largou aquele por outro com mais dinheiro? E o outro que foi bater à janela do Honda Civic embaciada exortando à mulher para ir para casa ter com as filhas? E aqueloutro que só fode quando a mulher se apraz com o que ele faz para ela, como se o seu corpo inerte e morto para o amor dele fosse o prémio decorrente do 'Sim' dito na Igreja antes de se verem presos na mesma casa e no mesmo empréstimo ao banco que tem de se pagar, ligados apenas pela canga da vida mais facilitada com dois ordenados para o orçamento da casa. Amor a martelo é melhor que amor nenhum. Oh e aquela que te gozou quando não tiveste tesão para a foder porque estavas nervoso ou ansioso, ou inseguro? Afinal a função do gajo é dar prazer à gaja, tudo menos que isso é inadmissível para a tua masculinidade. E a outra que te fodeu numa cama de pensão, em que a dona a conhecia, várias vezes pegando no telemóvel Nokia 7650 para olhar para a fotografia do namorado que desconhecias existir, usando-te para uma vingança passivo-agressiva? E aquela que trazia o vosso filho na barriga, e te ligou de Espanha a dizer que tinha feito um aborto sem te ter perguntado nada, e como se nada fosse, e que ficaste uma tarde num banco de jardim a olhar o vazio, comigo a teu lado tentando confortar o inconfortável, como qualquer amigo faria? A outra que gostava de aviões e que na sua casa de banho fotografou as mamas e mandou a um amigo comum, depois da cópula contigo consumada, aguardando tu por ela na cama para lhe dares um beijo e a ela adormeceres agarrado? Também aquela que numa semana acerta contigo que os feitios de ambos têm de ser calibrados e que vão ambos esforçar-se. Na outra semana combina noite no Bairro Alto e tenta encaminhar-te com uma amiga encalhada só porque ela andava em conversações com outro a quem prezava mais que a ti? Devemos mesmo ter algo de peçonhento. Para uma que convidas para um exame importante para ti chegando tarde por ter passado a noite num carro com outro. Que dava conversa a tipos na disco e no trabalho e se levantava a meio da noite para te bisbilhotar o telefone. Pagamos uns pelos outros, esses outros que preferem vitimizar a ser vítimas, esses outros que não são acanhados de carácter, esses outros que aceitam o mundo e se adaptam para viver nele. E depois existimos nós de brandos feitios, brandos pastos para as chamas da chapada alheia. Nós que aprendemos eventualmente a ser mais cabrões que as putas que nos magoaram. Bela definição de surto epidémico de filha de putice. Eu olho agora o ciclo infernal do amor na guerra e da guerra no amor e fico com os remorsos e com os escolhos. Como estava cego. Como magoei. Sem ninguém que me ensinasse senão os meus erros, ainda que tarde demais depois do mal feito. Sim, fiz muita merda, magoei e arrependo-me amarga, muito amargamente. Mas pior que isso foi a traição a mim mesmo, a pensar que estava a ser esperto, a correr atrás do prejuízo de um ego magoado e voraz a todo o tipo de vingança em sístole de auto preservação. No hélix sem conseguir parar por um momento e afastar para ver o horizonte, desiludi a minha personalidade. A guerra, a sujeição, a falta, em troca de um paliativo, a fuga à dor como a perda de mim. Ou a amiga dela que te queria fornicar só para fazer pirraças à amiga. Ou a outra que te achava diferente só porque não davas grande crédito ao seu provincianismo e preferiu outras paragens com personagens chiques saídos de cinema francês confirmando o seu gosto de vanguarda e de ideias feitas e sem nenhuma profundidade. Ah e a Eliana? Que habituada a ter todos a seus pés estranhava a tua indiferença ao seu aspecto. Firme na decisão de reconfirmar o seu valor através de outros, convidava-te para as peças de teatro onde trabalhava, e esperneava de prazer com os beijos que lhe davas, nas mamas não, não te deixava lá tocar, estavam reservadas para o que andava em conversações para namorar. Sabias perfeitamente o que te estava a fazer, a usar como biscoito para o ego. Trocaste-te por uma hipótese de foda. E de provar a ti mesmo que a tua lábia não tinha obstáculos. Em última análise o que nos faz perdermo-nos é o ego, esse cabrão. Indecisa escolheu e bem o que tinha melhores condições materiais. E aquela que te dizia ser a mais frontal das mulheres, que te amava incondicionalmente, enquanto se enrolava com o novo miúdo do hotel? Podia perder o Ganges de tinta preta a dar exemplos reais de como elas são iguais ou piores do que eles na capacidade de magoar e fazer sofrer, sem que isso alterasse em nada a ideia de que os homens são feitos de pedras e cobras e as meninas de fadas e de algodão fofinho. A quantidade de ressabiadas que identifica qualquer defesa do género masculino com ódio às mulheres, como se o fundamentalismo fosse que os homens são todos e sempre uns cabrões e que tudo o que é feminino é puro e elevado. E a publicidade continua a espalhar essa boa nova. Alguns até dizem ser feministas, de um feminismo que claramente é anti homem. Confesso ter em tempos nutrido ódio pelas mulheres, para quem tudo era fácil, dançar em cima das colunas do Alcântara, entrar nas discotecas sem pagar, as ladies nights sem correspondente para os nativos de Marte, escolher sem esforço o novo parceiro sexual. O meu ódio vinha daí sim senhora. De me saber escravo, igualmente do meu desejo e da minha incapacidade de compreender o mulherio. Mas não há nada que compreender no mulherio. Apenas em mim, já dizia o Sócrates de Platão e Xenofonte. Durante anos não lhes liguei importância nenhuma, senão num mal disfarçado ódio secreto e coberto por um cobertor de desdém. Pensava que não jogavam de forma justa. Que não era justo terem a faca e o queijo na mão. Não gosto de dependência, nunca gostei. Não gosto de me sentir dependente de outrém. E no entanto no meu ódio estava mais dependente que nunca. Lembro-me que fiz voto de castidade. Os mais felizes 6 meses até então. Troquei a minha integridade por um punhado de orgasmos como o outro por um prato de lentilhas trocou seu irmão. Menti, atraiçoei, magoei, para poder usar a fricção e a lenha para a fogueira do meu ego, obter validação através da aprovação de uma mulher da mesma forma como eu criticava a elas de fazer. Acabei por ser, aquilo que mais abomino eticamente, um hipócrita. Magoei pessoas, fui magoado por pessoas semelhantes. Nenhum dos orgasmos que tive me acompanhou até hoje numa memória que desaparece como rasto de radar, nenhum dos amores eternos jurados pelas bocas dos meus amores pretéritos me faz agora companhia nas tardes em que me sento nos montes a contemplar o mundo que se apresenta. Tudo fiz para ter orgasmos que agora nem lembro. E o que perdi foi bem mais importante. Demorei três décadas a perceber que a deusa se manifesta por potes de barro. Acena a cada homem como as sereias de Ulisses, a partir de cada novo corpo que convida a copular para a Beleza. A coisa em si pisca-te o olho, a cada nova Lolita que esvoaça sorridente negando-te o corpo grácil e inebriante que se adivinha por detrás de cada vestido e adorno que a ninfeta enverga para destroçar o juízo dos homens. É Cronos que parte o pote de Ishtar. Elas não fazem ideia. Pelo menos uma ideia concreta. Sabem que funciona e chega. Vejo hoje as que então me faziam tremer, por sua segurança, pela certeza e assertividade que tinham no seu conhecimento relativo à vida e ao futuro olímpico, com filhos, casamentos pesados e rotineiros, com o peso dos anos que nos arrasta em direcção ao leito abissal, confidenciam-me as suas fraquezas, inseguranças e sentimento de traição de uma vida que prometia tanto à conta de uma cara bonita e sentimento de profunda especialidade de ser. As que branqueei convencendo-me de que valiam a pena, só por feições bonitas e traços femininos bem salientes, continuam a exercitar as mesmas personalidades unidimensionais que então já tinham, mas foda-se aos 17 anos toda a gente é promessa. Vejo-as agora presas no mesmo hélix, a corrida de ratos, sem pinga de dúvida ou perplexidade cogitativa, que eu na altura estaria disposto a aceitar a troco da cópula domingueira. E no entanto tenho aqui a minha salvação. Vejo-a difusa além da esparsa neblina. Como a ilusão narcótica da cona se levanta lentamente e a verdade aparece, é uma pessoa, não um reservatório para meu uso. Parece que só agora aceito a naturalidade odiosa da desigualdade que a natureza e a sociedade dá ao portador de pila. Tarde demais podemos redimir-nos. Podemos agora entregar-nos finalmente nos braços delas e elas nos nossos, a deusa também as usou a elas, com a ilusão de que eram únicas, especiais e seriam bonitas para sempre. Afinal tremiam com os rapazes apetecíveis e populares, e obviamente nos olhavam a nós com cara má para evitar constrangimentos a dizer não. Só no cinema o tolo inadequado tem graça. E há muito tolo que acredita no celulóide. Eu era um deles, e achava-me muito esperto. Finalmente, com o desejo posto de lado podemos afogar as mágoas e fazer a catarse do ódio. O ódio virado para o ódio que se sentiu. Afinal era tudo um problema de perspectiva e informação insuficiente. Não podes deixar de te sentir senão enganado. Ludibriado por um véu de ilusão que te parecia tão real como a tua própria existência. Envergonhado por teres percorrido perfis de redes sociais em busca das paixões passadas, com o ego magoadinho exigindo a vingança na forma da infelicidade sem a tua presença na vida delas. A mágoa é como uma nódoa que não sai, mas que ainda assim não consegues deixar de escovar para tirar o que sem ser isso passa por um esplêndido lençol branco. É tão inútil odiar o teres odiado, como ter odiado os jogadores. O jogo é que era merecedor do teu ódio, mas sem saber ou ver achavas que tinhas era de ser hábil na fantochada. Sentas-te agora na poltrona no mesmo anfiteatro onde passavam as tragédias do passado, e percebes que não há saber que chegue antes da hora, que tudo tem um processo de evolução, até tu. Sim, não és diferente. Não podes ser a mesma pessoa que corava facilmente, como a Alexandra corava ao receber cartas de amor. Não podes já acreditar que é possível fazer alguém amar um desconhecido lendo algumas linhas escritas por ele. Gostavas de acreditar que ainda tens a paciência de passar tardes a foder perdendo-te num corpo não teu, até à Revelação de uma boa nova que te fará ler o mundo de outra maneira extenuado nos lábios dela perante uma nova cidade sagrada onde vão viver. Não devias agarrar-te ao ódio, não devias. Não culpes a cultura que prende, antes perde o tempo a encontrar formas de te libertar. Conta-me, o que farás ao ódio?À mágoa? Não desaparecem, infelizmente. Aprende a viver com eles. Não te sintas envergonhado. Não te sintas culpado. Ter remorsos não adianta. Infelizmente. Deixa que elas tenham tshirts feitas com ódio pelos homens. Liberta-te disso. Só o amor salva. O amor por ti. Foi a falta desse amor que te colocou ao lado da via da integridade. Ser homem é uma experiência espiritual. Negam-te o espírito dando-te o papel que deves desempenhar. Para longe da tua interioridade. Como máquina desejante da saia esvoaçante. Vive no teu corpo, e no teu espírito. Não procures complemento fora de ti. Não amaldiçoes a testosterona. Não a maldigas ou identifiques com algo sem lugar nos tempos que correm. Não acredites em estereótipos. Não precisas de uma mulher para estar completo. Respira calmamente. Um orgasmo é como um pastel de nata, daqui a duas horas já nem te lembras do sabor. Os teus desejos não são para manipular tanto quanto não te podes deixar manipular por eles. Acredita que há algo de mais elevado em ti. Porque há. Há o tornares-te. Há o cumprires a promessa de homem que se mostrou na puberdade. Não deixes que o ódio e a miséria sejam a bitola com que te medes agora. Não acabes como eu, a dar conselhos que eu não segui, e aqui perdido a lembrar as falhas minhas e de outros perdido agarrado ao passado e ao esforço de entender. Palavra após palavra violando o silêncio, desagradável como o grito lancinante do desesperado numa festa de alegria. Não tenhas medo, ama a tua dor. Amando-a percebes que foi provocada pela humanidade de outros. Percebe-te como parte de uma equação adiada, na qual só com amor superas as lágrimas que te afogam.
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