No chiado borboletam sempre mulheres bonitas. As flores em que poisam são as próprias recordações que parasitam o berço. Que coisa maravilhosa olhar para trás de uma montra e trocar de corpo com o manequim...Trocar de corpo é um modo de dizer. O manequim não tem corpo para trocar . Ainda sentes o mesmo ? Achas que eras mais bonita se fosses aquele mimetismo de corpo que segura trapos que morrem como as estações ? Deixei-te um gosto amargo na boca ? Não tens amor e queres que vá sem ele? O perdão abocanha os perdões de que não me lembro e estás sempre tão calada que penso que me ignoras de propósito . E nem sei o teu nome , nunca mo murmuraste.
O único suspiro que me comunica é o do tom alvo da tua pele. Espera vou-me um bocado embora que o teu patrão vem aí...Venho já. ... Foi jantar. Acho que ele sente algo por ti .Porque me chama louco e bate-me , e solta a polícia atrás de mim? Não suporto vê-lo tocar-te. Desnudar-te aqui na montra à vista de todos , ao pé da porta...Podes ficar doentinha , sabias? Não respondes? Sabes que tenho razão não é ? Porque seguras sempre as ancas ? Não sabes que elas são a terra fértil dos sonhos dos homens? Eu pelo menos já dormi ao relento em frente aqui da loja a olhar para ti. A olhar é um modo de dizer. A dormir não se vê nada , sonha-se não é? Não gosto muito desse vestido laranja que trazes hoje...Prefiro aquele cor de papoila que usaste à dois anos . Quando te vi com ele até parei...Sinceramente que parei ... A Filipa , lembras-te dela ? era a minha namorada então até se zangou comigo , e olha foi por isso que nos separámos . Eu já sabia que era a ti que eu queria...Não respondes ? Deixa , eu sei que estás envergonhada. Envergonhado fiquei eu quando o homenzinho que dorme ali na loja dos sapatos , passou por mim , ainda ontem à noite e me disse: «- É só amor !!!Olha que essa parte corações!!!» Fico corado e tudo quando descobrem algo assim , tão meu... É como se ficasse nu , como ás vezes ficas , quando o malvado do teu patrão não te veste , e eu choro tanto por estares a noite toda despidinha aí dentro da loja , e eu aqui no bem bom à chuva...
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Que gaita.Não me dizes nada.
E eu se não te vejo ...Se algum elefante se soltar do zoológico...tou tramado , as trombas com que ando ainda me vão fazer passar por elefanta. Que nóia.Não me ligas , não me vês , nem quando me armo em bom lá naquela prancha alta e me preparo para o salto .Encolho a barriga , mas o paiol da cerveja e da sopa não tem nada de tímido .A maior parte das vezes escorrego , pois com uma barriga destas quem é que consegue ver o chão? Até ás vezes passo vegonhas nos urinóis , a tentar ver o... pois , o ... dou com cada cabeçada na parede que pensam que sou maluquinho.E sou. Sou maluquinho pelo teu sorriso.Tens o sorriso mais lindo que conheço. E as bebedeiras...Minha nossa...cada figura...Ás tantas da noite no Bairro a chamar por ti , e ou me dizem :«-Ó filho , por Dez notas de conto até me podes chamar Blimunda , ou imunda!!!» , ou «-Vai curá-la !» Não me posso curar quando ao mesmo tempo és a doença e a cura.Como podes ser coisas completamente diferentes sendo o que és? Porque és a Maria , e és infinita , porque eu sei.Como?Porque já te vi rir. Da outra vez estava ao espelho a fazer a barba e de repente a tua cara apareceu no lugar da minha. Que susto e alegria!Vêr o rosto mais bonito da FLUL e arredores no meu espelho , á minha frente , estive para dar um beijo , mas quanto mais me aproximava , mais ele se desvanecia , decidi beijar-te de repente , mas com a fussanguice o tapete da casa de banho fugiu-me debaixo dos pés e bati com o queixo no lavatório.Levantei-me logo de seguida e quando olhei já não estavas lá...Porra , quem me mandou a mim ser lambão? Pensei que estava a dar em louco , mas não , a mudança não acontecia do real para o real , uma vez que tens sido a minha realidade , sei lá à quanto tempo...Nem dei por ela , tal como só dei com o queixo a sangrar quando deixei de ver o teu rosto no espelho. Que nóia , antes não me comovia com novelas , agora até o horóscopo da MARIA vejo.Por causa do nome e para ver a conjunção...Conjunção da tanga , quando diz que a nível sentimental vai ser um bom dia , levo uma cotovelada no olho a jogar basquet , e compreendo o significado encriptado através do muito que sinto que até está inchado. Quando diz que conheçerei novas pessoas , dou graças aos céus por ter a esperança ilusória(que sei sempre que é )de te tirar de mim...E o que é que ficava?Nada ficava vazio sem o teu sorriso...Como sinto agora a barriga , vazia , sem nada para digerir , aqui em frente ao computador da AE , onde me apercebo que se não te digerir morro. Como?Como?Se és tu que me digeres , grama a grama , embora não me grames , mas até os cães tem sorte , e a mim não me falta pêlo apesar de ser peixe. Caramba , Maria já comi todos os peixões do lago , já fui para a tua piscina vêr-te nadar , mas algo estranho aconteceu , nadava contente olhando o movimento subtil do teu corpo , quando dei por mim enredado num fato de banho demasiado largo de uma bacana ou bacano , que mais parecia um expositor vivo da Amazónia ...Passei uma semana inteira a cuspir pilosidades... Mas valeu a pena.Por ti cuspia todas as púbis deste mundo...Maluco ?Não... Só preso no teu lago. Ass.:Giovanni not bué fish Diz-me se trabalhas nas dores.
Aguenta e cerra os dentes.Os dentes... Com o rosto no urinol , e a parede pejada de lascas de osso , o sangue escorre dos beijos que não demos . Faço força com o punho , como se lesse algo de revolucionário nas expressões do teu rosto quando lês moral. Na véspera do condenado rezáste a um demiurgo sarcástico com quem praticas coitus a tergo ,e com quem estás a meio caminho de ter um filho , urge então no meio da batalha pedir apoio à Moura encantada que guarda ciosamente as portas do meu túmulo. Pai Tempo e Mãe Natureza porque violais vossos descendentes? O fiorde é tão fino e agreste , e enquanto trabalho caprichosamente o bisturí na carne de inocentes , a economia do grito aprofunda o sentido da expressão de alguma indolência social. Vê bem o rosto hirto e lacrimejanteque se contorna no esforço de exprimir a alma que o violenta. «-Mantém a fé .», dizem as letras invisíveis na necrofagia dos cadáveres privados de liberdade por uma terra demasiado mole e ensopada em sangue. Matei-te agora que lês.Mastigo a tua língua como se fosse a pastilha elástica do sádico , e olha como os teus olhos ainda estão abertos ... E como os dentes ainda fazem barulho quando puxo a carne dos teus seios que não te quer abandonar. Fiz uma pintura em mim com o teu cálido líquido vermelho ... Como se fosse proibido matar por amor... Sempre ...Sempre é o nada de quem se arrepende . O ferro em brasa do desejo em nós , o que nos pendura pelos artelhos e estilhaça os membros , rasgando a carne com sonoros elementos...da cisão, do limbo... Cortei os teus membros que outrora me abraçavam , e pareces agora , pendurada no gancho do açougueiro um cogumelo atómico desabrochando. Tíbias , perónios ,linfócitos , como se bolhas de oxigénio se tratassem , (abro agora um senão para aqui no meio nadar contigo ,tu que tens o nome da mãe de Cristo , nestas letras que nunca entenderás...vou então para o teu meio ...vou até ti de bruços e mariposa , numa piscina com água púrpura... mas esquece , esta mensagem vai se perder no tempo e na multidão),e tantas cordas , que são os teus nervos , ligações visíveis ao fantocheiro. És a guitarra , a harpa , a harpia ... Instrumento de cordas que uso a tiracolo... Da tua boca saem cordas que embocam na tua vagina . Arranco de ti as notas que quero , dedilhando a cabeça de homem que escondes no meio das pernas quentes , debaixo de um pequeno manto de carne. Tu és culpada ... de tudo o que sou. Arranquei-te a pele e foi a mim que ardeu. Admirável o sabre que faz da baioneta pequena adaga nas escamas da mulher horrível que jaz em cima de um molho de ossos humanos , suportando com a sua volúpia a ira de todos os trovões da Terra. Tem filhos em pequenas poças de água guardadas por sereias com corpo de Quimeras , e o velho Leviathan é agora sonho desaparecido , dando lugar a uma criança com sorriso maléfico , que chuta a sua bola que é a cabeça de uma vitíma. A pintura completa-se como se fosse um mural para a posterioridade , com o carro do Sol levando-te para cada vez mais perto do Astro-Rei , fazendo teu corpo suar , carregando numa só imagem o desejo de todos os homens de beberem o telúrico que imola as tuas ferormonas. Posso então pôr-te um dedo na boca , e dizer-me no silêncio das eternas trevas , que o eco e o sol poente são as testemunhas dos nossos falecimentos. Em memória da Deusa «(...) So on i wait my whole lifetime
for you you make me smash the clock and feel i´d rather die behind the wheel time was never on my side So on i wait my whole lifetime(...)» M. Despedaçado marginal E agora espero toda a minha vida por ti Fazes com que a dor diga sim A que todo este ser se parta Do princípio ao fim Sinuoso este caminho Como o frio aço que na ferida penetra Rasgando-me de uma ponta à outra E é a mim que recusas absolvição Como se fosse eu o crime que perpetras Plantas-te árvores que são a mão aberta Que ao céu mendigam Os teus segredos são os beijos que à morte instigam. |
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Junho 2022
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