Sentado na beira olhando a vela
Sinto a minha mão quente da dela O Douro respira de encontro ao mar Era ali que queria ser, que queria estar Há aqui tanto de mim Há aqui tanto de mim Malditos aqueles que desmancham partindo cindindo o que não entendem sinto a minha mão quente da dela sentado na beira olhando a vela Prenhe de pensares que se arranjam arrepios de amor pelo meu país nascem O Douro respira de encontro ao mar em mais algum sítio queria estar Triste e perdido no seu serpentear Desde tudo o que aconteceu Nada mais há por semear este é o meu pais onde moro este é o meu país onde moro Há aqui tanto de mim Quero-vos tanto a ela e ao meu país Não é possível viver querendo assim No coração o sangue dela serpenteia como Douro veneno agri doce aroma de aniz.
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Junho 2022
Pretérito imperfeito
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