Arqueologia da fraqueza
Foi com pouca idade que me apaixonei por aqueles seres de suaves feições e hipnóticos sorrisos. A cara de uma menina parecia ser uma imagem passível do transe da memória repetida nas paixonites de cada ano, da 1a classe aos linguados da Preparatória. A princípio a inocência rejeitava tudo o que a Eros pertencesse a partir de um sentimento interior de castidade alva, de proteger intuitivamente a sacralidade do nosso ser de meninos, de não sermos maus ou porcos cruzando a fronteira do desconhecido. Meu pai incentivava-me a tomar iniciativas, que ele na minha idade já era todo esperto, e eu na idade dele já entendo como me via não como individuo mas como sua extensão genética. Como tesouro de minha mãe bebia a àgua fresca e cristalina da purificação para longe da Queda, para longe da brutalidade que lateja sob a nossa carne, e manter um amor puro para com o outro futuro ser de sexo diferente. O adultério paterno culminava, revelando o acto dependente da fornicação como a suprema traição de minha mãe, bondosa e íntegra por todos os poros, e portanto, quer a rejeição da figura paterna, quer o seu afastamento não me deixaram perceber afinal que graça havia naquele desejo que nos faz escravos. Os incentivos paternos de me fazer a tudo o que mexesse, contrastavam com o forte sentimento da minha especial existência, não só achava que o mundo tinha de vir até mim, como rejeitava qualquer rosto que não fosse alvo do meu desejo. A incompreensão da minha sexualidade tornou-se uma natureza. A primeira vez que vi uma revista pornográfica virei-a várias vezes até perceber que raio de interesse tinha aquela ginástica. Mas os meus quatro anos me fizeram perceber que havia uma tensão lúbrica e luxuriante na manipulação de gónadas antagonistas, e isso por intuição fazia sentido. Na primária, as hipnoses do meu corpo em desenvolvimento ocorriam sobretudo a partir da cara, e ainda hoje me perco por uma cara bonita. A etologia moderna explica que nada tem que ver comigo mas com uma suavidade de feições que acalma a tenra prole. Não ligava a miúdas até uma me ter tocado pé com pé numa noite de festa de aniversário de minha querida prima e me ter dito que gostava de mim. O sentimento de me sentir apreciado e especial para alguém deu sentido inicial ao porquê das pessoas se enamorarem. - A minha estima começou a emanar da forma como me protegia das rejeições se bem que a princípio não pensasse nisso. Rejeitei, ou tratei com maior relatividade, as jovens meninas que se apaixonaram por mim, e pelo menos duas foram à minha procura a minha casa, para gáudio de um orgulho muito interior e próprio de sujeito magoado pelas dúvidas lancinantes do pai, e pelos seus ataques de vergonha tóxica e desadequação. A validação patente nas raparigas que tomavam a iniciativa provava que nada de errado se passava comigo, a minha mãe exultava com a confirmação da beleza que seu filho tinha a seus olhos, reconfirmado noutros. Ao pai nada se dizia pois a sua ideia era mesmo rebaixar o filho e qualquer sucesso não lhe comprovava o valor, pois eu rejeitava frontalmente abdicar da minha identidade própria. Não era portanto o filho que tinha «sucesso» com as mulheres, era o tipo a quem ele pagava a alimentação e os livros da escola, e que não o bajulava como ele queria. Os primeiros ameaços de ensaios amorosos ocorreram no clima do meu poder de atracção, contudo não me sentia atraído pela Fernanda dois anos mais velha, embora fantasiasse repetidamente e me masturbasse à exaustão pensando no encontro acordado entre ambos, para curtir e na minha cabeça para lhe mostrar que tinha uma erecção debaixo do fato de treino de viscose com bolsos rotos. Mas se a pélvis chamava por ela, faltava a beleza de rosto que desse significado cósmico, troquei a fantasia dela pelo da Paulinha, sem lhe dar mais cavaco. Rejeitado clara e frontalmente, que me lembro de forma elegante, e a primeira vez que dei comigo a pensar sobre a metafísica da rejeição. Porque é que o mundo exterior não concretizava a vontade interior deste ser escolhido? A inadequação de vestes, de atitudes e sistemas de crenças revelou-se como o reflexo de narciso no sinistro lago de onde se mirou antes de se afogar. Esquece lá as miúdas sofisticadas, não as abordes, há um fosso que não tens compostura ou dinheiro para transpor. A civilidade escolar da República portuguesa dos anos 80, implicava uma divisão em surdina entre os suburbanos mais humildes e aqueles que só moravam nos subúrbios de Lisboa. Além da beleza era também uma divisão social e económica que determinava o campo de escolha de parceira para ensaios de namoros. Com o crescer da idade isso era mitigado com a popularidade do exemplar em questão, mas regra geral, os filhos de pais com mais dinheiro e escolaridade não se misturavam com os outros, antes mantendo uma prudente cautela e inglês fleuma em relação aos índios filhos de proletários. Deste casulo latente, emergiram os rejeitadores e os assimiladores. Ana era uma das assimiladoras recentes. Li mal o seu interesse e deixei-me enredar nos nós psicológicos que não tinha. A vontade de ter parceira para dar o amor e receber o amor que o corpo de dezasseis anos exigia, faziam-me forjar na forja da minha imaginação as paixões fáceis onde arderia a minha inocência. Andava solto e despreocupado sem pensar em gajedo. Estas são as ocasiões mais perigosas. Não queria saber de ninfetas, e estava contente comigo próprio, e só pode ser pelo gozo de ver as barcaças estatelarem-e fora do rumo, que as cachopas te querem pegar no leme. Li erradamente sinais de paixão onde só estavam nuances de gozo, ela e as amigas não se riam para mim, mas de mim, seria pelas minha camisas de flanela de cores escuras, das calças de terylene ou das sapatilhas com sola de corda? Como não acreditava isso ser suficiente, só podia ser alguma inadequação minha, que até meu pai percebera desde cedo. Fiquei sem perceber porque faltou ao cinema combinado, e antes que eu conseguisse dizer «celulóide» já andava a trocar saliva e língua com outro, um tipo que eu nem sabia que existia, mas que fazia grandes parecenças de estilo com alguns que eu já tinha visto na TV, na MTV que era novidade de satélite então.Tipo. Certo, já tinha alguns corações não correspondidos no currículo, mas quem eu queria não me queria a mim, e quem me queria eu não ligava. A paixão pela Rita foi fulminante, tal como a coragem para lhe pedir namoro, que nunca terminou embora ela tivesse dito que ia mudar de casa, apesar de ter morado na mesma durante mais uns anos. Teria sido pelos beijos que não acedeu a dar, enquanto sugeria que só víssemos um filme? Então era aquilo namorar? Que raio tinha eu que sucedia em conseguir namoro, e depois sem mais era abandonado sem explicação? Cheirava mal? Tinha alguma costela de fraqueza fétida em mim, só perceptível aos outros? - Nada disto parecia criar mossa e conheci Camões lírico. Ele tratava o objecto amado como eu o via, meio divindade, meio encarnação do desejo humano pela beleza. Leve e liberto do desejo, autosuficiente pelas portas de beleza que as ideias do Poeta escancararam em mim, recebi a fatídica carta da Paula que dizia que eu era x y z a partir de observações que havia feito. O tom literário despertou-me o interesse tanto como a indignação de alguém que me pressupunha conhecer sem nunca me ter falado. Eu havia dado pela sua existência porque era bonita, mas achava-a uma tola. Houve uma troca de letras que nunca mais deixei viciado por poder exprimir beleza através de palavras pretas sobre fundos brancos, entrando pelos olhos directamente ao coração dos meus amores. Não era só placebo para a coragem que faltava para uma abordagem convencional. Eu pessoalmente não sabia que caralho dizer. «Olá, estás boa? Queres ir tomar café?» Eu nem café bebia ainda. Tudo o que me saia da boca parecia anedótico, e nesta altura já eu era anão, pois todas as raparigas bonitas me pareciam mais altas colocadas em pedestais sobre mim, detentoras de sabedorias fatais e visões raio x que depressa descobririam o atadinho que eu era. O primeiro beijo foi dado sob a abóboda de uma igreja voltada para uma nesga de Tejo, seguida de um abraço de alegria e comunhão ingénua e profunda. Finalmente havia encontrado o amor e forma de o exprimir, comprimido por anos de incompreensão. Com a arrogância própria da idade pensava que havia chegado ao destino do «sucesso» de forma relativamente simples e rápida, restava cumprir o que minha mãe me havia ensinado sobre as mulheres. Sonhava por campos de azedas e chilreares primaveris os verdes olhos e os verdes pastos, apaixonado pela paixão, num coração de proa inconsciente e temerária masturbando-se apenas por existir em gesto de celebração. Foi com surpresa que surgiu o afastamento, e o aparente grito de Ipiranga, como se tivesse estado submetida a grande pressão. Mas foda-se, que caralho tenho eu de errado? Os meus medos já suplantavam o tamanho do Adamastor, e a sua amargura. A repetição do mesmo cenário, e o abandono sem explicação (hoje sei que também se lhes perguntasse não saberiam responder) pareciam confirmar sem dúvida que o meu molde era defeituoso. Quanto mais fugia da dor da rejeição convencido que eu não era adequado ou suficiente tal qual como era, mais me embrenhava no fatal círculo vicioso de perder personalidade saltando de personagem em personagem procurando uma que fundeasse o meu amor por perto, mais tentava tirar ensinamento daquilo que não entendia (não era afinal eu o desadequado?), mais perdia a minha espontaneidade preso a fórmulas e mandamentos para me nivelar pela imagem dos consensuais outros e das personas que eu achava que esperavam que eu representasse. Fechava-me e matava-me num labirinto de medo que asfixiava a minha individualidade como meu pai havia feito e espantava-me por não ter a liberdade e espontaneidade dos outros. Criei e reconfirmei a minha auto imagem de desadequado bota de elástico indigente de sofisticação. No fundo achava-me uma fraude que tinha de esconder, mas por pudor não enganava bem. Decidido a não me deixar ir abaixo passei dez anos tentando impressionar a mesma mulher, numa longa fila de conhecedoras da minha falha, vergonha tóxica, imerecimento. Tinha de lhe provar que eu era válido, o mais atencioso, profundo, e um achado bom demais para ela poder largar. Quando ela surge na minha vida eu estava no acme, fresco solto livre e íntegro, livre do desejo amesquinhador. Confundi-a com o zénite desse ponto alto, e mais, se no «ponto alto» a tinha perdido, não podia dar passos atrás e perder a ela e ao melhor de mim. Dez anos de letras livros oferendas e ouvido sempre disponível Nunca disse «não» também ela a braços com a novidade de ter um séquito que por existir lhe dava a certeza de ser um espectáculo digno de contemplar. O seu orgulho e intuição forçavam-na a jogar no lacónico, o meu orgulho e dedução faziam-me querer que a convenceria a ser minha, se eu demonstrasse a minha intelectualidade, jogando o jogo que ela iniciara, e provando a mim mesmo que após a ter como troféu, me certificaria como certificado encantador de serpentes que já não se enganava nas notas. Só esmoreceu essa crença quando começou a fazer com os namorados aquilo que planeara comigo, nas conversas que ela esquecera entretanto após a cisão, sob o céu das trienas, mas que eu gravara em pedra de minha memória. Olhava-a tentando perceber se havia má fé fazendo-se de desapercebida. Finalmente o mundo dava-me o dom da suspeita, nem tudo o que parece é, e apesar de não perceber o jogo, percebia que não havia maldade pessoal para comigo, eu é que sofria como pessoal a adaga do seu esquecimento, eu preso por um anzol enferrujado que ela arrumara no anexo da sua moradia na qual eu não passava da porta. Desgrenhava-me sem perceber se era ela que me enfeitiçava, se era eu que dançava serpenteando ao som da sua flauta. O bom da história é que eu tinha forma adequada de exprimir-me, de um lado Camões segredava-me ao ouvido a verdade fatal que a custo entendi. Camões é muito sombrio, e profundo. O Poeta ensina que o objecto de amor é senão o isco que faz emergir o Leviatã que pulsa sobre a nossa individuação. Eu a pensar que eram os olhos verdes, e os morenos cabelos, e o objecto de amor mulher, mas não, Camões fala do Abismo. No outro ouvido sussurrava Platão, de costas largas, mostrando-me a ascese para fora da caverna e do único sentido, presente na perseguição da beleza. Via essa beleza presente nas coradas bochechas de Alexandra e ficava concentrado no seu belo rosto à espera que ideias belas me tocassem para as deitar no leito de papel branco, como prisma de luz que faz a cama entre o Olimpo e os olhos da moça que captou o nosso desejo. O prazer de imaginar tardes de juras de amor eterno em abraços na luz de sóis poentes e fontes de águas mornas, era suficiente, tal como 99 punhetas chegam porcamente para apaziguar o monstro que ruge dentro de nós. Só o sacrifício da exaustão justifica a paragem da entrega em altar sacrificial das massagens dos mesmos centímetros de sempre, pode ser que ele se cale esse dâimon aflitivo que não nos dá paz. Algumas feministas teóricas dizem que as mulheres querem tanto o sexo como os homens.. se elas soubessem...puta da testosterona. A punheta é a luta que acalma, aclama e apazigua o monstro, é a guerra sem quartel onde o inimigo só para para ganhar fôlego, imortal. Conseguia sentir a escrito e passava essas ãnsias de beleza aos olhos delas, as cartas eram sempre monólogos comigo mesmo nos quais elas participavam como personagens secundárias, mas no momento da entrega oculta, eram elas afinal o destino último de todas as palavras, e depois de me lerem, toma, já estou dentro de vós, ou penseis que é só o falo que penetra? A Ana também, louco de desejo de suas ancas largas, corpo bonito e feitio limitado. Se passava tempo a observar a chave que punha em marcha o meu motor, começava a discernir os contornos que arranhavam o canhão da fechadura. Ainda era qualquer chave que precedia a embraiagem, mas a dedicação a ler o outro, abria a galeria ampla de pensar a condição humana. Certo dia Paula disse-me que queimara as montanhas (literalmente) de coisas que lhe escrevera. Apesar de ter rompido o hímen do hímen feminino, percebi que ela não era senão uma desculpa que de mim para mim arranjara para me motivar a escrever e a andar para a frente, como um dedo que tentamos meter no anús para ver se damos um passo em frente para longe da desmotivação. Afinal eu não queria Paula. Queria olhos belos que emprenhassem por minha beleza a escrito. E fiquei fodido e perplexo, por ter tido perdido para sempre as horas que narravam a minha perplexidade com o mundo, em conversas depois dadas a Paula, em amena cavaqueira da qual ela estava completamente alheia no seu mundo em formação, de felicidade adequada. Usei o meu Eros para me forçar ao restaurante do espírito, e nem o papel da conta tenho como recordação. - Vera apareceu por um amigo e fez-me conhecer a minha faceta de caçador recolector, que não caça nada mas come o que apanha morto. Se é que é possível apanhar mortos. Pairei como abutre por perto até ela fraquejar. Ela não fraquejou, conhecia perfeitamente, aliás como quase todas, o que fazer para enfeitiçar um homem com desejo. Para elas o mercado da carne é uma imensa xávega, ou melhor, uma pesca de arrastão, retirando cardumes inteiros para terem a liberdade de escolher o mais luzídio corpo de prata que reflecte o céu. Nós pescamos à cana sem nunca descobrir se é uma bota velha, um kraken ou uma sereia que com seu canto e esticões nos lança no abismo errado. O conhecimento intuitivo da testosterona é uma arte em psicologias femininas. O homem submete-se aos efeitos provocados. Elas tiram deles partido. E sabem tão pouco explicar como aprenderam, como aqueles sedutores da C+S sabem explicar ou transmitir a razão do seu sucesso com o frágil sexo. Tão pouco querem saber explicar, funciona e basta. E até são, elas e eles renitentes em explicar, afinal algo que parece não ter explicação, só fundamenta a crença no especial que somos, se gostam de nós não é porque existam razões ou justificações, mas porque somos intrinsecamente bons, não é? Por isso grande parte das mulheres foge da Lógica e se dedica à Astrologia, e a tudo o que não pode ser explicado, abarcado por palavras ou conceitos. Se o fosse perdia o brilho, revelava a razão e cada uma teria de refazer a sua auto imagem de maneira subjectiva de onde não retiraria o consolo de ser o centro de um palco cósmico, de onde a toque de sorrisos retiras redes com homens prontos a colocarem oferendas no seu altar. A mulher não precisa de explicação, isto não é sinónimo de que não percebe a explicação. Pura e simplesmente a dispensa, não porque tenha um acesso metafísico privilegiado, apenas não está tão neurologicamente determinada a descobrir a razão para os fenómenos, a reduzir o mundo a res extensa, e é esse o maior truque e a maior perdição do homem. Ela é a base do anzol da rejeição. Todas as mulheres o usam em maior ou menor grau, quanto mais manipuladoras, mais usam e abusam desta intuição. Toda a mulher sabe na sua voz inconsciente que o homem precisa de razões de porquês, do concreto. De perceber. De reconduzir o mundo à ruminação do seu entendimento. Se conseguir arrastar o seu amor próprio para o deserto das razões, conseguiu mais um escravo, mais uma oferenda no seu altar, tanto mais valiosa e motivo de orgulho quanto mais a vítima chora e grita de dor após o abandono. A sereia abre a boca e encanta, e o que ela diz não é lógico, é um canto. E espetas com o barco no escolho. Assim foi Vera, assim é qualquer sedutor. O sedutor masculino em menor número, quer corpos mas pouco drama. A mulher jogadora vê no drama masculino a reconfortante certeza do seu poder. O sedutor quer ter o poder de foder quem quer. A sedutora quer saber que a sua existência é uma pedrada no charco do Cosmos. Vera não precisava de dizer que queria casar. Disse-mo, pediu-mo, fez-me acreditar eu que não sou vitíma que era para sempre e almas gémeas e essa merda toda, a mesma sopa reembalada que alguém lhe cantou a ela quando ainda acreditava. Só me devolvia o ruído. Susana combinou os nomes dos nossos filhos. Às amigas diziam que na altura sentiam isso e que foi um erro dele que estragou, limpou a pila ao cortinado, comeu a torrada ou espirrou para o periquito. O desgraçado que tome as palavras por valor face está bem fodido. É consumido na fornalha. Eu prestei-me a isso não como vitima mas como xico esperto que acha que é a manipulação do outro e de si próprio a regra certa para o «sucesso». E a manipuladora que nos usa sabe sempre onde é o nosso ponto fraco. Sempre. Bicho arguto e astuto.
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