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A maldição do homem comum 3-3

25/2/2024

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Fotografia
​Já estou habituado.
Conheci-a num concerto de Ghost.
Olá queres uma cerveja, gosto do trabalho do baixista, queres ir tomar café a minha casa.
Ela papava todos os concertos de rock em Lisboa.
Era uma viciada em tudo o que dizia respeito aos pequenos dramas e tragicomédias, das bandas, dos wannabes da cena.
Contabilista durante o dia, metaleira ao fim de semana.
Cuspia informação desnecessária que tomava como fulcral, afinal para justificar a sua opção estética acerca da imagem que queria projectar para os outros.
Eu, agente provocador como sempre, ia-lhe perguntando acerca dos significados das letras, das músicas, da comercialidade dos álbuns.
Começou a perceber que eu estava a bordo, mas não soprava para as velas.
Vibrava com os relatos de overdoses e embriaguez, dos membros das bandas. Era daquelas miúdas que ouvi na C+S molhadas e exultadas com os populares da C+S e as suas façanhas pueris, sob as calhas das águas pluviais levanto com torrentes de água pela cara abaixo. Por escarrarem ao vento, e receber a escarreta, prontamente re engolida, assim que lhes aterrava no rosto.
Nas aulas de Físsico-Química, eu e outros tentávamos perceber este fascínio estúpido, pelo aparentemente exótico.
Que estupidez, que parvoíce, mas ei, as gajas respondem a isto.
Passadas décadas, o gajedo não mudou.
Se um labrego de banda rock se embebeda, tem a capa de artista, a braços com as forças existenciais que exigem tributo em gin tónico.
Se eu ou outro homem comum, nos embebedamos, somos fracassos da humanidade.
Mas estou habituado.
Para outras labregas, o facto de conseguir entrar em qualquer sistema ou rede ligada a equipamentos informáticos, fazia de mim um geek, um frustrado com a vida sem virtudes sociais. Se o mesmo acto fosse acompanhado de um cheque chorudo, eis que passo a génio incompreendido num campo previamente validado pela procura laboral que trespassa os escritórios da treta nesta ocidental praia lusitana.
Relembro o meu cabo Fuzileiro, quando se virava para nós mancebos exclamando ‘-Mais vale cair em graça que serdes engraçados!’
Foda-se. Já cá faltava o vernáculo, não é?
Foda-se.
Caralho.
Vem com o território.
Bebo umas garrafas de branco de Bucelas, e sou um traste da vida.
A percepção é tudo.
Um gajo que não sabe escrever, ler, mas toca numa banda, ou é famoso, ou importante, ai foda-se que ninguém sabe o que ele passa.
Um gajo que não sabe ler nem escrever, mas tem um BMW, mas diz umas piadas…giras e boçais…ai foda-se que é um gajo divertido.
O mundo é dos que caem em graça, não dos engraçados.
Não me venhas com merdas, a perguntar sobre os critérios da minha aferição.
Se eu cito Petrarca, e outro cabrão qualquer repete uma frase da Taylor Swift, ah caralhos me fodam, se não considero que o outro cabrão não sabe mais que um qualquer catavento das modas.
E EU, valorizo isso, a cultura clássica, testada por gerações de gente, acima da espuma dos dias, disseminada pelos pobres de espírito, impressionáveis.
E caio nesta merda como mosca em vinagre.
Em gajas, cujo horizonte mental é tão frouxo, quanto o tempo que consideram ser o da espécie humana.
É fácil um gajo ser engolido na voragem.
Porque pensamos demais. Do tipo, esta gaja tem um compromisso ontológico com a ideia de que a única forma de viver é com o contexto do seu tempo de vida. Ou seja, quer o passado quer o futuro, são não territórios. U topos sem qualquer utilidade. Esta forma crua de interpretação causa de facto dificuldades, a gajos que como eu, adoram o pito molhado e foder até cair de lado.
Mas isso é dar-lhes demasiado crédito, aderem às modas, ponto.
Mesmo quando acreditam nas energias do tarot, tal decorre só pelo facto de ser impossível qualquer validação crítica, ergo científica, nas premissas de base. Não tem a ver com ser-se engraçado, mas com cair em graça.
Entrecruzo os dedos, coloco-os na minha nuca e forço o crânio a olhar para o broche que me faz.
Quase tenho pena dela, porque nem me vê como prémio a manter, nem aprecia o bom chupanço de uma pila. A Flávia ao menos, tinha ambos os atributos.
O seu esforço decorre de eu ser o prémio possível e não o prémio final.
E tu, topas isso, da forma como te abocanham.
Há duas formas de reagir a isto. Três, partindo do suposto que temos de abdicar da ideia de que ter uma relação honesta com uma gaja, está fora de questão, porque não existem gajas, assim. Pelo menos de acordo com a minha experiência.
Uma, é fingir e ir na onda.
Outra é ser cada vez mais exclusivo.
Eu tenho sempre optado pela primeira, faculta-me mais cona.
Mas com a cona vem, mais desilusão.
Parafraseando o livro de um gajo do Holocausto, é ‘isto uma mulher’?
Mesmo o gajo que as tenta alertar para o alçapão sobre folhas camufladas, apenas o faz para que no reconhecimento do perigo disfarçado a gaja agradeça com a sua vulva em forma de ‘obrigado, garanhão dos meus sonhos’.
Quem exulta, quer ser exultado, e estas putas são tão pobres de espírito, como eu sou mesquinho e torcido e o diabo a sete.
Convidei-a para irmos ao Guincho a ver se sacávamos um pargo para o almoço.
Ela tem casa ali para aquela zona, dos pais que estão numa quinta para os lados da Guarda.
Sem peixe algum, passámos a tarde a foder.
A meio da tarde, ocorreu-me a mim, ir para o calçadão, passear de mão dada.
Ela não concordou. Que queria ser fodida de novo.
Ó amiga.
Fui ao frigorífico, a meio caminho entra a cozinha á entrada da vivenda, e a sala com lareira.
Bebi cervejas, vinhos e águas, para me reabastecer de líquidos, agora que o NRP Bérrio, foi com o caralho sucateiro.
Chegado ao quarto onde dormia, levemente para se recuperar da foda prévia, coloquei-me de travessão sobre a sua anca apontada ao tecto, e beijando-a na bochecha lhe segredei ao ouvido’-Acorda puta que te vou dar um fodão.’
 
Mais vale cair em graça.
 
 
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A maldição do homem comum 2-3

19/2/2024

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Fotografia
(OUVE ESTA MERDA COM O SOM NO MÁXIMO)
​I
Andámos a lutar com os cotovelos aí umas duas horas, o tempo do vôo de Copenhaga a Lisboa.
Quem me manda a mim não ter dinheiro, e não ir em primeira classe?
Que se foda.
Por costume, prefiro fechar-me dentro de mim, esperar que o filho da puta do avião toque na Portela, e depois estendo os braços doridos.
Mas tinha 3 cafés no bucho, que me deixam agressivo, para caralho.
Empurrei-lhe o cotovelo para fora do falo metálico amordaçado por pompom. Ou seja, o encosto de cotovelo nos bancos da aeronave.
Ao fazê-lo, olhei para ela e disse-lhe, voltas a tocar-me e dou-te um fodão que vais contar aos netos.
A tipa, apesar de loura, não era nórdica.
Ficou a olhar para mim como se eu tivesse saído de um daqueles filmes mudos da Républica de Weimar.
Eu ia a olhar para a escotilha, observado o caralho que me foda da noite escura, só para não ter de olhar para ela. Entretanto tirara o meu cotovelo do encosto, e carpia a minha vergonha, por ser parvo à conta da cafeína que uso para compensar as noites mal dormidas.
Uma hora e picos depois do acidente, já estando eu a entrar no sono, ouço uma voz:
‘-Isso é a sério, ou é só jajão?’
Nem percebi, como me custa cada vez mais, adormecer, se era o sonho masturbado, ou se de facto, algo cá ‘fora’ no teu mundo e meu.
A repetição, desfez as dúvidas.
Olhei na direcção dela, e as palavras estavam sincronizadas com o movimento dos seus lábios.
O amor à minha imagem e o colocar-me atrás do que digo, especialmente com gajas, acordou-me.
Perguntei: ‘-Desculpe?’
E ela respondeu: ‘-Isso que disseste que me fazias, é a sério, ou é só treta?’
Foda-se, que respondo eu a isto?
Não ia recuar.
Reais caralhos que me fodam.
Disse ‘-Amiga, se quiseres aqui, já, e agora, dou-te um fodão que sais daqui de gatas.’
Algo no meu olhar raivoso comunicou à miúda que eu não estava a brincar. Algo relacionado com uma era de onde eu vinha, onde a malta era menos maleável, e onde o ânimo por detrás das palavras, as transbordava e não ficava aquém delas.
Calou-se e olhou em frente.
Fiquei sozinho com a minha consciência a chamar-me filho da puta, não por dito que acomia toda, mas por usar o sexo como forma de subjugar uma tipa. Por um encosto de cotovelo. Uma miúda com idade para ser minha filha.
Foda-se.
Caralho.
Que o cabrão do vôo acabe depressa.
Fecho-me como aquele bicho que disseram que provocou o Covid.
Cada vez que Lisboa se aproximava mais um pouco, eu suava um pouco mais com o calor.
Ao sair após a aterragem, cheiro o ar, e juro, ajoelho-me e beijo o chão irrigado de escarretas e beatas, como navegador quinhentista chegado a terra pátria.
Olho em redor da malta que espera a bagagem que circula em oval órbita, e tenho a epifania que devia ter tido há uns anos atrás, estou tão removido do que seja consciência de uma vida comum, burguesa, neurotípica, que viver no meio dos outros, se torna uma luta incessante entre a minha capacidade de adaptação, e o meu sentimento de inadequação.
Tenho de deixar de levar as coisas ‘a peito’.
A mochila com o portátil, recebe um puxão.
Olho para trás e ela exclama ‘-Não penses que consegues fugir, a palavra dada não volta atrás.’
Ó amiga.
Enquanto não lhe vejo o rosto espalmado num vidro de varanda de apartamento na Portela de Sacavém, não descanso.
Mordeu os dedos da mão, para não gritar demasiado alto, e contei 5 ou 6 aviões a decolar, que tinha visto para de onde acabara de vir.
A 10 minutos de casa, deitei-a na cama, cobri-a com o cobertor de casa alugada por uma noite, beijei-a na testa, que de manhã ia para Chaves de onde era originária.
Pus-me no caralho, que tinha merdas para fazer.
 II
Não há maior tesouro no mundo que uma carinha bonita.
E a dela, era fora de série.
Do pescoço para baixo, não parava nenhum engarrafamento, mas ah caramba, tinha uma carinha fantástica para perfil de rede de engate.
Eu já havia saído com ela antes, foi com alguma surpresa que me apareceu de novo nas recomendações.
Por enfado, mandei-lhe de novo um like, e para espanto meu, respondeu como se nunca tivéssemos falado.
Parado a ler a sua resposta, esforcei-me para lembrar em que ano lhe havia pago um café no Louresshopping. Porra, aos anos que esta traumatizada aqui anda, mas depois constatei, que também eu.
Mas eu, é diferente, não quero nada com ninguém a não ser umas migalhas de sexo ocasional, para matar o bicho. Eu não sou maluco.
Mais ponderado, respondi a mim mesmo, elas também, um picozinho de ilusão para distrair de uma vida monótona. Com as caras de enfado sem qualquer entusiasmo, por saberem sempre, que há uma fila de gajos, casados, sozinhos, marrecos, pernetas, sonsos, atletas olímpicos, prontos a entrar em mais uma aventura, a acrescentar mais uma conquista ao currículo.
 
Vendo-me nu, não conseguiu disfarçar a surpresa: «-Tu até és jeitosinho!»
A cara dela era para comigo lisonjeira, senti-me como gaja gabada pelo arranjo de carne que Deus lhe deu.
«-Até?» - perguntei, mas ela já havia passado para a fase de tocar no material com as mãos frias, mas havia dúvidas?, indagava eu para comigo..Tinha de imaginar algo semelhante, adivinhando-me por debaixo da minha roupa. Mas entende-se, que ao vivo e a cores, a imagem até pareça aprazível.
Choca-me sempre q.b. quando dizem isto.
Eu sei que sou bom e que agrado à vista.
Chateia-me que seja uma espécie de surpresa, como que se um contraste entre uma ideia pré-definida e pouco simpática, e um desfecho afinal contra-intuitivo.
Entendo que a imagem lhes agrade e que depois murchem quando abro a boca, afinal, detesto ser convencional e moderar o meu palavreado. Ou pior, apesar do meu palavrado prévio e jeito menos convencional, a gaja, o objecto de estudo, apesar disso ainda vai comigo para a cama, o que revela que o aspecto físico da minha pessoa, é suficiente para relativizar a espécie de amargura generalizada na minha voz, o carácter de constante provocação, a rebeldia mitigada sempre numa ânsia de promessa de acalmia, obtidos os prazeres desta vida, um deles sendo a validação feminina.
«-Ai porra, pensas demais!»
Ter vida interior, especialmente quando a mesma se exprime através de dúvidas, é potencialmente aspecto de seca-vulvas, excepto se esse pensar tenha e seja aprovado por grandes audiências.
Por isso, na minha experiência, se queremos manter a gaja por perto, temos de saber quando abrir e quando fechar a boca. Não ir na lengalenga delas que querem homens em contacto com as suas próprias emoções, sensíveis, cozidos e assados.  Pelo menos, se como eu, não conseguimos entreter conversas da treta.
Eu oscilo entre a brejeirice e a metafísica, chateiam-me as merdas medianas, que são no fundo a vida. O ramram da vida comum.
Por outro lado, também as tentava impressionar com a minha profundidade filosófica, mais uma estratégia de as impressionar e fazer concluir que ceder-me vulva é um acto lógico a perpetuar.
Claramente, o meu ego manda em mim, passando cheques que nunca conseguiria ou conseguirei, pagar.
A minha estratégia estava errada, e o meu carácter de menino da mamã, furta-me a inovar.
«-Ai porra, pensas demais!»
 
E das raras vezes que inovei, saí-me bem.
Isto tudo pensado enquanto ela me chupa a pila, e roça-se por mim acima, brincando com os mamilos em cima da minha glande, num cliché que nunca entendi, só podendo ser uma projecção do que vê num qualquer filme porno, onde o actor é tarado por mamas grandes.
Eu não ligo muito a mamas. De qualquer tamanho, são boas para mim.
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