Egos are girls best friends II

Sentava-se inócua em frente à porta de saída, sem sequer me avaliar ao comprar o chá que pedira num bar qualquer no Parque das Nações.


Continua amiga, estou a ver-te mesmo que de costas para ti.


Ao sentar-me em frente a ela, só a via preocupada com as cenas tristes que um casal cigano operava no meio do restaurante.
Perceptível era a facilidade com que lhe caía pila no colo, da forma como me tratava, com certo desdém naturalizado, por saber que após mim outros se seguiriam. Puta que pariu o Bumble e o Tinder.


 
O sexo empático reduzido afinal, a uma frieza polar.
Sim, de facto os homens são uns imbecis.


 
A completa relativização da minha presença exprimia o valor que alguma relação futura teria.
Ela tinha o útero, que cuspira dois filhos, entretanto, eu seria só o sidekick, aquela parte das motos nazis que vai ao lado do corpo principal motorizado.

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A proposta era tentadora, ou te prontificas a ajudar-me a cuidar de dois rebentos que não têm a tua marca genética, cujos pais escolhi e foram minha responsabilidade, ou te podes meter ao largo se não ajudas. Por outras palavras, dou-te pito por comiseração, se me ajudares a carregar as minhas escolhas genéticas.
 
Implicava isso que eu abdicasse de qualquer desejo de propagar os meus próprios genes.
Há várias maneiras de ser corno, esta era só mais uma.
 
Sendo médica ao descer a Graça dizia com orgulho onde morava. Reparava nos carros dos gajos e por ser cotada socialmente escolheu alguém importante para lhe depositar código nos ovários.
 
Todos queremos o melhor que a vida tem para dar.
 
Se eu não consigo sair da minha idealidade para ver estas putas conforme são, porque devo censura-las por não terem introspecção?