Ela olha para mim com uma expectativa, como se eu fosse uma reencarnação de psicopata passado. Isto serve dois propósitos, fazer-me sentir desadequado, censurando a minha conduta, e fazer-me duvidar de mim mesmo. Mano, não duvides, com gajas é guerra espiritual. Programadas para procurar segurança e ao mesmo tempo ficarem molhadas com a agressividade. Hibristofilia é o termo apaneleirado que lhe dão. É melhor evocares a tua raiva, que a tua emoção quando pensas no que as gajas te provocam, vais poupar o teu coraçãozito assim. Mano, esquece isso, lá está essa mentalidade de puta a pensar que elas são más. Da mesma maneira que coças a tomateira sem nisso pensar, elas fazem o mesmo, com todo o arsenal inventado na antropogénese. Podes fazer o que eu tento fazer, compreender o mecanismo do organismo, mas que benefícios tiras disso se não o aplicas? Se não testas a pessoa e tens a disciplina de exprimir um comportamento que provoque aquilo que estás à espera que provoque? Só para testar se a tua hipótese inicial se confirma, ou não. E pelo meio tens umas descargas energéticas, que o vulgo denomina de orgasmo, e contactas em primeira mão, pelo menos enquanto dura o período de encantamento, com o mais próximo contacto com esse estranho deus, o Eros. Ira, mano, ira. Revolta-te com essas putas que só pensam nelas e que cuspiram na tua individualidade. Deixa-las envelhecer com os seus rancores e ressentimentos, por causa de más escolhas e espíritos infantis, a que não podem escapar. Deixá-las aos fuckboys que coleccionam troféus tal e qual como já fizeste, desde as professoras da C+S a dondocas dos serviços na região metropolitana de Lisboa. Quero é que essas putas se fodam todas. Coitadas. Não quero, elas não são responsáveis, e eu deixem meu coração exposto. Tenho de optar, ou a minha integridade, ou a minha defesa, Blade Runner, caminhar de peito aberto sob a lâmina. Só respeitam a força, sê forte, é mais forte que elas. Tens de te perguntar é porque é que te dizem outra coisa, na TV, nos outdoors, e mesmo os conas dos teus amigos. Aí está a melhor questão. Porque soa bem, com este paradigma de que somos mais que macacos a vogar no espaço. Pergunta-te, como vês a tua própria companhia? Tratas-te como propriedade de ti mesmo, ou como alguém de quem gostas e com quem tens de negociar? Quando conseguires responder a isso, descodificas metade da tua vida amorosa. Ela havia enviado um parecer para o email do blog, querendo publicar em forma de livro, numa editora lisboeta, uma colectânea de textos que lá estão. Manda mensagem pelo Facebook, indicando que quer publicar-me, e pensei que fosse mais um esquema em pirâmide ou merdas do género. Ao insistir, e perante a minha indiferença, adicionou-me como amigo e o seu aspecto deslumbrante de 28 anos, fez-me fraquejar. Aceitei o pedido e o convite para jantar. Já tarde em sua casa, que tem mais livros que a minha, sussurrou que acredita que nos podemos apaixonar pela escrita de alguém, e que estava com medo de que eu não correspondesse às expectativas que havia criado em relação a mim. E correspondo? Perguntei eu. Não sei, és diferente, do que eu esperava, acho que muito melhor. – disse ela. Então já não tens salvação, disse eu, encostando-me para lhe provar a língua após o tinto minhoto do jantar. De manhã e com os primeiros raios de Sol, ao ver-me vestido e metendo-me ao caminho, onde vais? «-Escrever.»
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Outubro 2024
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